A indústria, de todos os segmentos, e também empresas de diversos ramos, são grandes consumidoras de água para que todo o seu processo produtivo possa acontecer. Por isso, naturalmente, gera grandes vazões de efluentes líquidos, que precisam ser aferidas de maneira correta para o controle do volume e dos custos envolvidos, o que inclui coleta e tratamento.
Nesse post, vamos explicar como deve ser feito esse cálculo. Continue a leitura e entenda.
Existem equipamentos específicos para essa finalidade, os chamados medidores de volume de esgoto, que aferem, indicam, totalizam e registram o volume dos efluentes líquidos por um determinado período, que pode ser mensal, trimestral, semestral e anual.
Os medidores mais utilizados são os ultrassônicos, com uso de Calha Parshall, e os medidores eletromagnéticos. Vale reforçar que os hidrômetros não são recomendados para medir esgoto, já que sua construção não suporta a quantidade de sólidos contidos no resíduo.
A Calha Parshall é um dispositivo que mede a vazão de líquidos que fluem por gravidade em canais abertos e podem conter sólidos suspensos. Trata-se da composição de vertedor pré-fabricado, com sensor de nível ultrassônico e registrador eletrônico.
Nesse caso, o esgoto passa por um canal retilíneo antes do medidor, ajustado de forma a manter o escoamento uniforme e sem interferências que comprometam o funcionamento ou registros de dados, como turbulência, espumas, gorduras e materiais flutuantes, entre outros.
A vazão é medida conforme o nível de líquido na Calha Parshal, que pode ser observado pela régua graduada fixada dentro do equipamento. Esse é um método muito preciso e que apresenta uma pequena perda de carga.
O medidor de vazão eletromagnético também é bastante utilizado para essa finalidade, mas esse não tem partes móveis, o que evita perda de carga. Além disso, ele também é muito resistente à vibração, antitravamento e abrasão.
Seu uso é recomendado em tubulações fechadas com líquidos com condutividade, como: água não tratada, água do mar, água quente, esgoto, lamas, sedimentos, pasta de papel e ácidos.
Nos casos das indústrias e empresas que utilizam a fossa séptica, o volume de efluentes líquidos pode ser medido pelo simples cálculo de volume e implantação de uma régua.
A NBR 13.403:1995 da ABNT regula o tema sobre medidores de volume de esgoto e a NBR/ISO 9826:2008 dispõe sobre a Calha Parshall. A NBR 16198:2013 trata do método ultrassônico e as NBR ISO 9104:2000 e NBR ISO 6817:1999 falam sobre os medidores de volume de eletromagnéticos.
De acordo com as normas, os medidores devem ser ligados em um nobreak ou em um gerador próprio, que garanta o funcionamento por um mínimo de horas, devendo estar aterrado.
Os medidores precisam ser calibrados e essa medição é regulada pela NBR ISO/IEC 17025 – Acreditação de Laboratórios de Calibração e de Ensaios; INMETRO – DOQ-CGCRE-057.
Essas aferições devem ser feitas no próprio local de instalação, por uma empresa certificada pelo INMETRO e devem confirmar que o medidor de volume de esgoto apresenta erro de leitura menor que 5% e que atende às normas técnicas aplicáveis.
O uso dos medidores garante que a tarifação pelas operadoras públicas de saneamento seja justa. Isto porque, apesar de utilizarem fontes alternativas de água, muitas empresas também precisam fazer uso da rede pública de esgoto para a coleta e tratamento dos efluentes corretos.
A cobrança pelas companhias de abastecimento de água é proporcional ao gasto com a água, então não há uma forma de medir o consumo do serviço sem um equipamento específico para sua medição. Assim, é fundamental uma análise individual, por um aparelho medidor de efluentes.
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